Mulheres Luz

A proposta é reunir ensaios de diversos temas, tempos e territórios [Foto Ana Carolina Fernandes, Cinderela]

Juliana Gola
Bodies and Souls #08

Festival de Fotografia inaugura projeto maior dedicado a disseminar trabalhos feitos exclusivamente por mulheres

Com programação online e gratuita de exposições, apresentação de projetos e debates, nos dias 27, 28 e 29 de abril, Mulheres Luz foi idealizado por Mônica Maia para ser uma plataforma de banco de dados, vendas e impulsionadora de trabalhos realizados por artistas de todas as regiões do país.

Um espaço virtual dedicado a divulgar, difundir e democratizar o acesso aos conteúdos visuais produzidos por mulheres fotógrafas, cis ou transgênero, além de se tornar um banco de dados e imagens para comercialização e impulsionamento das artistas no mercado criativo. Esse é o objetivo central do projeto Mulheres Luz, idealizado por Mônica Maia, que faz sua inauguração com um festival, online e gratuito, nos dias 27, 28 e 29 de abril. Na programação, conversas com convidadas e selecionadas via convocatória, exposições e apresentação de projetos.

“A igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres é uma busca incessante, longe ainda de ser superada por isso a importância de projetos que proporcionem esse debate com atenção especial à representatividade das mulheres em estruturas de preconceito”, diz Mônica Maia, que também assina a curadoria do festival.

Segundo indicadores sociais da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de 2019, o número de mulheres no Brasil é superior ao de homens, representando 51,8% da população. O que não significa que elas ocupem os mesmos espaços que eles. As diferenças no mercado de trabalho ainda são enormes e na área cultural não é diferente.

Na primeira edição, o Festival Mulheres Luz tem como proposta discutir história, memória, cronopolítica e representatividade através do ponto de vista feminino, utilizando o viés documental como dispositivo para interpretação do momento atual. E nesse pano de fundo, as autoras reajustam, reinterpretam, adotam e reciclam questões contemporâneas essenciais. “Queremos proporcionar novos exercícios de memória para que nenhuma história seja invisibilizada”, completa Mônica Maia.

No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o projeto Mulheres Luz abriu inscrições para a convocatória que contemplou 50 trabalhos de fotografia feitos exclusivamente por elas para participação do Festival. Foram 463 inscrições, com 726 projetos enviados, de 15 estados brasileiros e Distrito Federal, além de Inglaterra e Chile. A proposta da plataforma é abrir novas convocatórias de tempos em tempos para que novos trabalhos cheguem ao site. A próxima está prevista para maio.

O festival Mulheres Luz contou com a consultoria da Professora Simonetta Persichetti, produção executiva da Frida Projetos Culturais e pesquisa de Ivana Debértolis. O evento é totalmente gratuito aos participantes e está sendo realizado com recursos da Lei Aldir Blanc pelo Edital ProAc Expresso Lab 40/2020 da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado de São Paulo.

Juliana Gola

[foto do destaque: Ana Carolina Fernandes, ensaio Cinderela]

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