Uma coleção de imagens pautadas pelas secas, os dias demasiadamente quentes, o suor que escorre pela pele. Ao longo de um ano isolada na mata atlântica que cerca a Serra da Cantareira, a artista visual registrou seu próprio corpo em meio ao mundo orgânico, que aos poucos transformava suas folhas verdes e brilhosas em cinzas, fruto de um aquecimento que reduziu esse bioma a fragmentos florestais isolados. A percepção da mudança da flora do local, o sumiço de sua fauna. Como representar o cheiro de queimado que chega junto do pôr do sol nas montanhas.

“começaram como manchas,
atravessando terrenos secos e inundados,
submersos em chumbo.
diluída, mergulhava no nada.
(rios rubros)”