2018
“Porque somos paredes” nasce do desejo de investigar o universo masculino no Bonfim, bairro tradicional da cidade do Porto, em Portugal, onde vivi entre 2018 e 2019.
Por entre os passos curtos de quem transborda as distâncias com curiosidade e desejo, fui colecionando encontros. Encontros com paisagens e pessoas. Ali nos espaços de fora, o masculino é onipresente. Ao querer debruçar-me sobre essa zona desconhecida e até certo ponto, de difícil acesso, descobri as ambiguidades entre a dureza superficial e a vulnerabilidade mais profunda. Toda a aspereza que convive com o delicado, toda a força bruta que esconde o sensível.
O universo masculino segue sendo uma incógnita e uma zona de perigo, mas sinto que para que possamos pacificar estes territórios, é preciso querer conhecer os enervamentos dessas contradições.