Erosão provoca avanço do mar e reduz território de São Paulo

Carolina Kotchetkoff

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Este trabalho é um recorte da minha pesquisa sobre uma comunidade caiçara localizada há quase 200 anos na Ilha do Cardoso, extremo sul do estado de São Paulo, região tombada pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade e a maior extensão contínua ainda conservada da Mata Atlântica no Brasil.
As imagens revelam o processo de desaparecimento deste local, onde registro desde 2017 as modificações da paisagem devido a fortes erosões, que foram intensificadas após a abertura de um canal artificial e agravadas pelas marés. Em agosto de 2018 a erosão chegou ao limite e a ilha foi dividida em duas. No ponto onde ela se rompeu havia a comunidade Enseada da Baleia. Reportagens ressaltaram o rompimento e a perda de área do estado de São Paulo. A história de resistência dos comunitários, considerados refugiados climáticos, não teve a mesma repercussão na mídia, que enfatizou as perdas de território em detrimento às perdas materiais e culturais.
A comunidade que vivia na Enseada da Baleia existe e resiste agora como Nova Enseada, e é um exemplo de organização coletiva que luta pelo seu território e
que se destaca pelo histórico de articulação e resistência necessários desde que a Ilha se transformou em Parque, na década de 60, e dificultou a permanência dos povos tradicionais que já viviam ali.
Resistência e invisibilidade permeiam este projeto que retrata a desconstrução
deste território como lar e sua ressignificação como história e pertencimento.

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Carolina Kotchetkoff
Ribeirão Preto – SP
Fotógrafa
@carolkoff