O projeto DESORDEM apresenta cenas dramatizadas que fazem referência à arquétipos da humanidade através da cultura pop, literatura e mitologia. Fernanda Chemale cria um diálogo visual entre fotografia, arte e a poesia de Gisela Rodriguez enfatizando um plano suspenso, quimérico e fabuloso. Surgiu da necessidade de questionar a forma como o homem contemporâneo trata a sua existência individual assim como a sua convivência com o coletivo. Parte de uma encenação em espaços urbanos de Porto Alegre em que personagens ocupam o lugar do cidadão comum. Os personagens dialogam com a fotografia ficcional. Esta ação serviu como suporte para a construção de uma narrativa que culminou em um livro que une poemas e fotografias encenadas de modo transversal.
“São os atores que criam as personagens? Seriam as personagens que caracterizam os atores? Seriam as imagens, no fundo, autorreferenciais, autorretratos fictícios? Fernanda mostra o domínio dos recursos fotográficos de maneira mais ampla; brinca com os tempos, os movimentos, os ritmos e as matérias: as acelerações do tempo, o tempo suspenso, as flutuações, os pulos e saltos, na água, na terra, no fogo e no ar. Como mais um motivo, aparece o jogo de cartas, símbolo da vida e da morte, pois o tempo da fotografia parece único, e a imagem fotográfica, uma carta só.”
Titus Riedl Curador e Pesquisador