Cinderela

Ana Carolina Fernandes

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Cinderela é o resultado de uma convivência íntima, de quase três anos, no ‘Casarão’, onde na época moravam cerca de 25 travestis que se prostituem nas ruas da Lapa, zona tradicional boêmia e de vida noturna efervescente no centro do Rio de Janeiro. A minha premissa básica era a cumplicidade e
confiança mútua com as meninas.
A lacuna da educação ( muitas são expulsas de casa muito cedo ) a vida à margem da sociedade que impõe a esse grupo de pessoas uma total invisibilidade, a própria marginalidade e violência do local e das condições diárias para a sobrevivência, nessa época principalmente, fazia com que a prostituição fosse praticamente a única alternativa de vida.Não busquei um olhar moralista quanto ao apelo do drama social, molduras em que o universo das travestis costuma ser colocado. O meu objetivo não era somente dar voz às travestis mas também e principalmente, dar um corpo, mostrar a beleza, a sensualidade e a dignidade de um corpo ao mesmo tempo feminino e masculino.

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Just like CInderela, Aline 18 at the time, dreams of prince charming. 

“Mem de Sá, 100”, a photo essay that Ana Carolina Fernandes has developed over the last two years by meeting, on a regular basis, a city center transvestite community, in Rio de Janeiro. This is a significant example of such an original work which was kept away from society’s cliché and limited approach towards this social group.
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Ana Carolina Fernandes
Rio de Janeiro – RJ
Fotógrafa
@culafernandes