Na série ‘Pequenas Elegias’, ainda em processo, a artista tensiona a (im)possibilidade das imagens fotográficas efetivamente darem corpo à memória daquilo que, em algum momento, existiu diante da objetiva. Lida com o paradoxo da falência do projeto positivista da fotografia em legitimar e certificar a existência daquilo que por natureza é fugaz.
Ela se debruça sobre retratos de seu arquivo familiar e trabalha sobre eles com procedimentos diversos no intuito de diluir o significado inicial das imagens, criando um discurso que visualmente sugere o desvanecer daquilo que já foi uma presença, e que existe hoje apenas como afetos.
Por que insistimos em nos fotografar afinal? Nos tornamos mais frágeis ao perder o suporte material de nós mesmos? Quem é ali? O que fica?, pergunta.