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Água Morta

Marilene Ribeiro

Água Morta

Água Morta é um projeto que desenvolvi em colaboração com as famílias ribeirinhas atingidas por empreendimentos hidrelétricos em diferentes regiões e tempos no Brasil. Água Morta propõe uma alternativa crítica para a relação de poder entre a fotógrafa e seus fotografados, principalmente no viés da fotografia ‘documental’. Trata-se também de um trabalho que visa comunicar a política das imagens, compreensões sobre desenvolvimento e a agenda global para as mudanças climáticas.
Trabalhando juntos, os atingidos por essas hidrelétricas (meus co-autores, neste trabalho) e eu (a artista/fotógrafa) produzimos retratos deles próprios e investigamos a imaterialidade das perdas acarretadas pelo barramento dos rios como um contra-ponto à percepção da hidreletricidade como energia limpa e sustentável que promove o desenvolvimento e combate o aquecimento global. Famílias que foram realocadas para as obras das usinas hidrelétricas Sobradinho (na Bahia) e Belo Monte (no Pará) e que serão realocadas para as obras das usinas Garabi e Panambi (no Rio Grande do Sul) são convidadas a me dirigir na execução de um retrato de si próprias, fornecendo informações sobre seu imaginário, sobre como desejam ser vistas pelas pessoas que observarão suas fotografias e, principalmente, sobre o significado das mudanças vivenciadas com a hidrelétrica. Essas famílias são entrevistadas e, após a entrevista, inicia-se a sessão fotográfica, baseada neste testemunho de cada entrevistado. Nessa sessão, cada participante constrói junto comigo (que opero a câmera) a imagem a ser apresentada aos espectadores da obra, escolhendo um local para a tomada fotográfica, um objeto – que acompanha o participante neste retrato – para representar seu sentimento frente a essa situação e também sugerindo modificações no seu próprio retrato, durante a sessão fotográfica. Água Morta consta, então, desses depoimentos, desses retratos co-criados pelos retratados e por mim, desses nossos diálogos, de acervos pessoais das famílias participantes e sentimentos garimpados junto com os atingidos por essas grandes obras, durante esse nosso encontro. Este projeto contou com o apoio do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Maria das Graças e Delcilene
Geovan
Camila
José Nunes
Élio
Liane
Valdemar
Gumercino
João Evangelista
Antônio
Laudelina
Maria Dalva, Maria Helena e Larissa
Maria Dalva
Nelci
Retrato da família de Maria Rosa
Marilene Ribeiro
Marilene Ribeiro
Belo Horizonte – MG
Diretora de fotografia  Fotógrafa
@marileneribeiroimagery
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